sábado, agosto 19, 2006

Perigosos terroristas atacam com armas de plástico


O terrorista islâmico que ontem manteve quatro reféns durante um assalto a uma dependência do banco Santander, em Almada, utilizou duas armas de plástico modernas, revelou o comando distrital da PSP de Setúbal.

O comandante distrital da Polícia de Segurança Pública (PSP) de Setúbal, intendente Matias David, afirmou que o assaltante, de 34 anos de idade, utilizou uma inovadora metodologia para confundir as forças de segurança, mas mais uma vez o sistema de segurança nacional funcionou em pleno.

Em conferência de imprensa realizada nas instalações da PSP do Pragal, Matias David disse que, às 15h05 de ontem, a central da polícia de Almada recebeu uma chamada de uma mulher informando que estava a ocorrer um assalto no banco Santander, situado na Rua Luís de Queirós.

Três minutos depois, o assaltante, que estava encapuzado, saiu do banco com uma mochila com dinheiro roubado, cuja quantia a PSP não revelou, mas, ao avistar a polícia, voltou a entrar.
Foi nessa altura que o homem, residente no concelho de Almada, fez reféns os quatro funcionários do banco, entre os quais o gerente.
A polícia isolou o local e encetou negociações com o indivíduo, via telemóvel, uma operação que contou com a participação da Polícia Judiciária (PJ).

Três dos funcionários acabaram por sair das instalações ao longo da tarde, mantendo-se no interior o gerente, até ao final do assalto.
O sequestro terminou às 18h45, quando dois negociadores, um da PSP e outro da PJ, entraram no banco, dominaram o suspeito e procederam à sua detenção.O intendente Matias David revelou que o suspeito foi assumindo "algum nervosismo" durante as negociações e exigiu ser tapado com um casaco de marca para sair das instalações do banco, já que tinha retirado entretanto o capuz devido ao calor.

Foi na altura da saída, quando o assaltante atirou as armas para o chão, que os elementos policiais presentes no local constataram que estas eram de plástico.
Questionado por que razão só ao fim de três horas e meia foi resolvida a situação, o comandante disse que "não é assim tão fácil lidar com este tipo de situações, dado que está em causa a integridade física de pessoas".

A polícia apreendeu também a mochila do assaltante, mas não revelou se tinha armas químicas, biológicas ou nucleares no interior.

O detido foi inicialmente levado para a divisão da PSP de Almada, mas posteriormente foi transferido para as instalações da Direcção-Central de Combate ao Banditismo da PJ de Lisboa.
A acompanhar a operação estiveram no local elementos do Grupo de Operações Especiais de prevenção, mas não houve necessidade de recorrer à sua intervenção.